Atravessando-se a ponte do Pessegueirinho, em direção ao centro, no lado direito da rua, temos:
POTREIRO DOS MEINERZ
Um potreiro margeava o rio Pessegueirinho.
Estendia-se até a altura onde hoje é a Vila Sulina.
Como o nome sugere e,como é obvio, servia para confinamento e pasto para os animais.
FAMILIA KERBER
Fredolino Kerber, como o próprio sobrenome indica, descendente de alemães teria sofrido por essa condição durante o desenrolar da 2ª guerra mundial.
O casal teve os filhos Ligio, militar competente e, depois, Promotor de Justiça, brilhante por sua cultura jurídica.
As filhas, Áurea e Ledy.
Ambas casaram, respectivamente, com os Sargentos Jesus e Jardim.
FAMILIA FENNER
Edvino e Angelina Fenner moravam em um casarão de madeira, que tinha aos fundos do pátio, pés de banana, junto a um córrego que atravessava o terreno, aonde havia também árvores frutíferas e um parreiral. Uma horta e um imenso jardim que se estendia até a propriedade de João Grings.
Tiveram os filhos Germano, Leonida e Lauro, que desempenhavam suas funções no curtume e Lidia que optara pelo magistério.
JOÃO GRINGS
Na esquina com a rua Caxias, ficava a casa, relativamente moderna para a época. Havia também muitas árvores frutíferas e o terreno, lateralmente, ia até onde estava instalada a oficina, em direção ao colégio das freiras.
O casal teve quatro filhos homens, Arno, Nildo e Lídio e uma moça, talvez.
FAMILIA REINHER
O “dono” da casa era João Reinher. Um casão, de madeira também, e uma área externa junto à entrada.
Aos fundos o moinho e a serraria. Montes de serragem aonde a gurizada, furtivamente, ia fazer acrobacias.
Tinha uma esposa, modista renomada de nome Olga que confeccionava vestidos para várias famílias da cidade.
Tiveram 05 filhas: Erna, Ercela, Veleda, Cilda e Nilda.
Reinehr, a exemplo de João Araujo era caçador de perdizes.
Durante a 2ª guerra mundial era uma dificuldade conseguir pólvora para carregar os cartuchos.
João Araujo, estando sem munição pediu a Reinehr, emprestada certa quantidade da dita pólvora.
Sempre que se encontravam Reinehr, esperava que seu companheiro lhe falasse sobre o artigo emprestado e um dia não se sofrendo, disse: - “ tudo bem, Joãoziho;mas manda minha opórva!
Neste instante ficou sabendo que a devolução já havia ocorrido.
CASA DA CANJA AMERICANA
Na seqüencia nessa rua, habitavam com a família, certamente, duas moças que passavam pelas cercanias, munidas de um tabuleiro e apregoando: - olha a canja americana!
Era uma espécie de puxa-puxa só que na cor branca, que, a contragosto nunca pude provar.
CONSULTORIO PELENZ
Logo a seguir ficava a residência da família Pelenz, sendo que o chefe dela era Dentista.Tinha uma bela quantidade de clientes.O casal chamava-se Miguel Ernesto e Erna Pellenz.
CASA SCHMORANTZ
Na esquina com a atual D. Timm ficava a residência e a casa comercial de Emilio Schmorantz.
Dos primeiros comerciantes da cidade.
Vendia fazendas de riscado, açúcar, salame, arroz, café, fumo, cigarros.
Funcionava junto uma das poucas bombas de gasolina existentes na cidade.
PADARIA 14 DE JULHO
Junto à padaria morava a família Fehlauer, constituída de Julio e dona Joana. Os filhos são Edvino, Renilda, Amanda e Ruth.
Aos poucos o negocio foi se expandido e era a maior padaria da cidade. Pagaram, também por terem sobrenome alemão. Foram os que mais sentiram os efeitos de vândalos que à pedradas demoliram com a casa comercial e a residência.
Foi a família, seguramente, mais prejudicada pelo “nacionalismo” e teve a casa saqueada, tendo de se refugiar numa residência vizinha para não ser, também, massacrada.
FAMILIA MOTTA
Das famílias mais tradicionais da cidade, com nomes e sobrenomes “brasileiros” o casal era formado por Hector e Mercedes.
Tiveram dois filhos, Telmo e Ruth.
Mãe e filha foram renomadas professoras no Grupo Escolar. Telmo, um cidadão bem relacionado.
Hector tinha reputação de ser pernóstico. Conta-se que teria refutado um gracejo com a seguinte admoestação: “ Ser for por mera coincidência, nada farte-ei.
Porém, se for para zombares de minhas prosopopéias, darte-ei uns lategaços e postarte-ei em terra, inerte sobre o solo pátrio”
LUIZ E AMANDA ZENNI
Luiz Zenni casou-se com Amanda Kope.
Tiveram os filhos Hilário, Clecio, Mirna e Dione.
Seu Luiz era alegre e o que mais gostava era ver passar a gurizada em direção à escola, para aplicar-lhes trotes.
Certa vez lá fui eu, a pedido de minha mãe, na hora do almoço, buscar “colorau”.
Atendendo-me perguntou: - vermelho ou preto? Voltei, correndo, levar à minha mãe a interrogação dele e fui, óbvio, alvo de gozação.
Sua casa de comércio era uma das mais completas da cidade, trabalhando com tecidos e armazém de secos e molhados. Tinha como funcionários Aldo Leusin e Alcides Vacaro.
Anexo à casa de comercio funcionava uma barbearia.
CASA MATTER
Augusto Matter, um dos bem sucedidos comerciantes da cidade.
Sua casa, bem localizada, numa esquina e defronte à praça.
O casal teve os filhos Erich, Ely e Ruth.
Consta que o filho tendo, sempre, estudado fora, quando regressou, depois de “formado” incentivou o pai para aumentarem a loja e deixá-la mais sortida.
Augusto atendeu seguiu a orientação.
A expansão do negocio não foi proporcional às vendas que despencaram, causando dificuldades ao seu dono.
IGREJA MATRIZ
Com o progresso da cidade para a cidade nova, a comunidade católica seguiu a onda e resolveu mudar o local da antiga igreja de madeira. Lançada a pedra fundamental sua construção foi, relativamente, rápida.
Eram comuns festas para muitos santos para se angariar numerário para a conclusão das obras, Era motivo de atração soltarem-se foguetes, tarefa das quais era encarregado o ferreiro Constante Christofoli.
A paróquia passou sob a responsabilidade dos padres Salezianos, da ordem de João Bosco, e a comandava o Padre Arcângelo.
Por ocasião de uma missão aqui esteve o padre Lino que conquistou a juventude e, na sua volta, acompanharam-no vários meninos para o Seminário de Ascurras-SC.
VICENTE ZOEHLER
Depois de residir por um bom tempo na rua Santa Rosa, foi a vez de Vicente Zoehler, mudar de residência estabelecendo-se quase ao lado da igreja de cujo coral fazia parte.
Tinha como peculiaridade inspirar rapé, o que causava, imediatamente, uma série de espirros.
Com Maria, tiveram os filhos, Decio, Nique, Alda ,Terezinha e Ady.
JORNAL A SERRA
Ao lado da casa de Vicente Zoehler também nessa rua funcionava a oficina de impressão do jornal A SERRA, de tiragem dominical e, depois, duas vezes por semana
Funcionários da gráfica, Helmuth Dilly e Florentino Rosato.
À exemplo do Repórter Esso, que foi testemunha ocular da historia, assim também o foi A SERRA que acompanhou toda a vida da cidade, até quando deixou de circular.
Na parte da frente das oficinas funcionavam o escritório e uma bem sortida papelaria.
CASA CONTE
Roberto Conte a exemplo de tantos outros, também, abandonou a cidade velha e se mudou para a rua Dr. João Danhe.
Continuou com o mesmo ramo de negócios – joalheria – e tinha, como no endereço anterior, clientes fiéis.
Teve os filhos Alberi e Sueli, do primeiro matrimonio.
Eliete, que tem um famoso atelier de alta costuma feminina, em Recife, onde reside e Rogério, do segundo casamento.
FAMILIA MEURER
Leopoldo Meurer era medico licenciado tendo clinicado em Cerro Azul e Pirapó.
Amigo fiel do Dr. Russo, servindo juntamente com sua esposa de anestesistas dele nas cirurgias.
Juntamente com Aquilino Gomes foi dos primeiros que tiveram farmácia.
Filhos: Bruno e Mário foram contemporâneos de ginásio. Egidio fez as vezes de massagista do Juventus, quando da fundação deste.
MAJOR SANTOS OLIVEIRA
Dos lideres revolucionários de 30, sob o comando do Dr.João Danhe.
Comandou o grupo de oficiais – Moacir da Cunha Röesing, Fernando Albino da Rosa, Clotário Oliveira, Bruno Zanella, Otacílio Maicá e Pedro Correa da Rosa - que foi a Santo Ângelo no inicio da refrega.
Titular do Cartório Distrital, numa casa grande, de alvenaria, na esquina das ruas Santa Rosa e Palmeira tendo como funcionários destacados, Pazzini e Helio.
Fundador e proprietário do Jornal A SERRA, lançado com a missão de reforçar a idéia de emancipar-se de Santo Ângelo.
Era casado com Isaura Cardoso Oliveira e tiveram os filhos Carlos e Rita.
Foi um dos grandes próceres da UDN.
Av. João Dahne – Lado esquerdo
POSTO STEFEN
Posto Stefffen, no inicio da rua funcionava um posto de vendas de combustível da família Fernando Steffen.
Grande e muito bem atendido situava-se num ponto estratégico, sendo freqüentado por caminhoneiros que chegassem ou fossem para Santo Cristo.
FAMILIA FIDLER
Desta família lembro poucos detalhes.
Uma das filhas, Tecla, casou-se com o militar Julio Nunes. Outra, Inês, casada com João Tito Santrovich, militar e residem em São Gabriel ou Rosário.
O filho homem, Clécio trabalhava na casa de móveis de José Scalco
Nos tempos de juventude, Inês, cantava na Rádio Sulina, interpretando musicas de serestas, valsas, principalmente.
FAMILIA WINKELAMANN
João Teodoro Vinkelmann, outro funcionário graduado da Comissão de Terras, tendo iniciado no cargo de oficial de escriptura..
Exerceu atividade de regente do coral da Igreja Católica.
Teve destacada atuação na campanha para construção do Hospital de Caridade. Um de seus filhos Flávio foi funcionário destacado no Banco do Brasil e aposentou-se residindo em Porto Alegre.
FAMILIA VON EYE
Frederico Luiz Von Eye, agrimensor dos primeiros a ter atividades e múltiplas na cidade, pois na época tudo estava subordinado à Comissão de Terras e o arruamento da cidade muito se deve a ele.
Lembro de dois filhos, Walter, colega de quartel e Harold, bancário, com carreira brilhante, agora, aposentado, consta estar vivendo em Bagé .
AMERICO RAMOS PINTO
Vagando o cartório do crime no fórum local, chegou de Cruz Alta, Américo Ramos Pinto casado com dona Filoca.
Tiveram os filhos, Pércio, Ascanio Oscar, Paulo e Olga.
Pércio, jornalista destacado na capital do Estado. Ascânio e Paulo seguiram os passos do pai e foram serventuários da justiça.
Olga casou-se com Benaldo Liberali.
HOTEL BRASIL
O proprietário do Hotel Brasil foi Alfedo Knecht.
Por ocasião da segunda guerra mundial, como era “lindeiro” da Padaria 14 de Julho e como, também, tivesse o sobrenome alemão, sobrou pra ele no quebra-quebra.
O hotel ficou totalmente avariado.
FAMILIA CODINOTTI
O Chefe da família chamava-se Archiminio e era casado com dona Isolina.
Tiveram cinco filhos. Três homens, Osmar, Wilson e Jaime e duas mulheres, Jandira e Lourdes.
Dos homens, Osmar aposentou-se em Cruz Alta como funcionário graduado da previdência.
Jaime residiu em Cruz Alta e Porto Alegre e foi jogador profissional de futebol, no Nacional e Guarany de Cruz Alta e do Nacional de Porto Alegre.
Wilson, militar aposentado, que ainda vive na cidade, casado com Suely Andrade Codinotti.
CASA LAVARDA
Na esquina da Praça da Independência e na esquina com a Casa Matter e a Igreja matriz – nova – ficava a residência e a casa de Calçados de José Lavarda.
No quintal, como era comum para os descendentes de italianos um parreiral.
A loja era atendida pelo casal e pelo filho Avelino
DR RUSSO
Etiene Miroslaw Grigorieff o Dr Russo, formou=se na Suíça, na Universidade de Genebra. Defendeu tese de doutorado, no mesmo ano de sua formatura. Concluiu curso de aproveitamento na Faculdade de Medicina de Paris.
Revalidou seu diploma na Faculdade de Medicina de Porto Alegre.
Chegou a Santa Rosa, atuando, de primeira, no Hospital de Caridade, na esquina da Guaporé com Santa Rosa.
Natural da Romênia.
Sua residência e consultório revelavam a índole do médico.
Selecionava a dedo as pessoas, raras com as quais se relacionaria.
Consta que, em suas cirurgias tinha como anestesistas o casal Meurer que eram seus vizinhos. Criou a famosa frase que o distinguia = “ tem dinero, tem doctor. Não tem dinero, não tem doctor”.